Solo corrigido, lavoura produtiva!
Um solo bem manejado e corrigido é fundamental para que a lavoura seja produtiva.
O desenvolvimento do sistema radicular é extremamente importante para que a planta consiga ter acesso à agua disponível em camadas mais profundas do solo. Isso tem importância fundamental em situação de estresse hídrico por exemplo, quando o solo começa a secar nas camadas mais superficiais inicialmente.
A água encontrada em profundidades maiores possui uma menor quantidade de sais dissolvidos, o que confere à planta maior facilidade de manutenção das atividades fisiológicas (sabe-se que cerca de 95% da água absorvida pelas plantas serve tão somente para manutenção térmica através da evapotranspiração, ou seja, somente cerca de 5% da água absorvida pelas plantas é usada para funções vitais da planta).
O desenvolvimento radicular está intimamente ligado às condições químicas, físicas e biológicas do solo.
Químicas: é necessário ter níveis adequados de Ca, Mg, P, B e ter disponibilidade de N. Esses elementos têm papel fundamental no desenvolvimento radicular.
Físicas: A ausência de camadas compactadas é algo extremamente importante para possibilitar o bom desenvolvimento radicular
Biológicas: A ocorrência de nematoides e doenças de solo inibem/dificultam o desenvolvimento radicular enquanto alguns microrganismos têm papel fundamental como promotores de crescimento. Importante estar atento para isso.
Uma planta com o sistema radicular bem desenvolvido produz mais citocinina. Esse biorregulador é produzido na ponta das raízes novas e é responsável pela quebra da dominância apical (maior engalhamento da planta) além de manter as folhas por mais tempo fotossinteticamente ativas. A parte aérea das plantas é reflexo do seu sistema radicular
Limitação no sistema radicular
Correção de perfil com integração lavoura e pecuária
Lavoura de soja em solo arenoso
Solo corrigido com população variável
Lavoura de soja em solo arenoso com alto potencial
Lavoura de soja em solo arenoso sendo colhida
Correção de perfil de solo
Muito tem se falado sobre correção de perfil de solo.
Algumas pessoas defendem que não é viável essa prática. Outras acreditam e fazem esse tipo de intervenção já há algum tempo. Mesmo com tantos trabalhos realizados nesse sentido, ainda existe muita desinformação sobre o assunto!
Os solos comumente cultivados na região centro oeste, geralmente apresentam problemas de fertilidade. É comum encontrarmos solos com excesso de Alumínio tóxico em profundidade. Isso prejudica o desenvolvimento radicular e, em conseguinte, reduz a tolerância das plantas ao estresse hídrico. Para corrigir esse problema inicialmente precisamos lançar mão do uso de um corretivo de acidez (calcário, óxido ou cal agrícola).
Como o próprio nome diz, CORREÇÃO se refere ao ato de corrigir um problema. Mas mais inteligente do que corrigir um problema é evitá-lo, correto?
Após a prática inicial de correção de solo, precisamos manter o solo em boas condições.
As fotos abaixo foram enviadas por um cliente à nossa equipe. Confira
À direita da foto detalhes de plantas estabelecidas em área com correção de perfil de solo. Raízes mais profundas, plantas melhor desenvolvidas e mais engalhadas
À direita da foto lavoura estabelecida em área com correção de perfil de solo.
À esquerda da foto a parte da lavoura estabelecida em área sem correção de perfil de solo
Evolução da fertilidade do solo após correção
O alumínio tóxico é um limitante para o desenvolvimento radicular. A correção efetiva desse elemento é extremamente importante para um bom desenvolvimento e produtividade das plantas!
Para avaliar a evolução da fertilidade da área todo ano desde 2018 coletamos a área com grid amostral de 0,4 ha (uma amostra composta de 12 sub-amostras a cada 0,4 ha).
Em 2020, dois anos após a correção, alcançamos um resultado bem interessante:
Praticamente conseguimos anular o Alumínio tóxico na camada abaixo de 20 cm!
Isso nos deixa bastante confortáveis quanto à metodologia de recomendação de calcário que usamos.
A AGROMARQUES possui uma exclusiva metodologias, onde se combina 6 fórmulas para recomendar calcário (normalmente se usa somente a fórmula do V%).
Para se ter uma dimensão da importância dessa metodologia, nessa mesma área, se fossemos corrigir o V% a recomendação seria cerca de 50 a 65% dessa dose - ou seja doses bem menores de calcário do que as que praticamos efetivamente.
Isso acontece porque o teor de Alumínio tóxico estava bem elevado e o solo possui uma CTC baixa (como em praticamente todos os solos mistos/arenosos).
Na safra 2018/19 (imediatamente após a correção), os resultados não foram bons.
Pela falta de cobertura perdemos muita população de plantas por escaldadura.
Já na safra 2019/20 conseguimos 67,25 sc/ha de média geral. Mesmo com duas secas severas que acometeram o campo (uma seca severa na virada do ano e depois no início de fevereiro - final do ciclo da lavoura), o resultado foi bem satisfatório.
Mapa de Alumínio - 2018
Antes da correção
Mapa de Alumínio - 2019
Um ano após a correção
Mapa de Alumínio - 2020
Dois anos após a correção
Correção para produção de milho
Planta de metabolismo C4 com muito potencial produtivo
O milho é uma planta muito responsiva ao correto manejo nutricional.
Muito exigente em magnésio e nitrogênio, com elevada extração e pouca exportação de K, além da sua capacidade de absorver fósforo presente no solo.
Para aumentar o nível de complexidade dessa cultura, temos o problema de clima (seca e geada principalmente) e preço do grão que influencia diretamente na viabilidade da lavoura, dificultando o correto manejo nutricional da mesma.